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sábado, 25 de setembro de 2010

“Meus filhos estudam na Escola Pantaneira”, diz Almir Sater

Criada por Sater, para atender filhos de fazendeiros e peões que vivem na região do pantanal do Mato Grosso do Sul, a escola tem como foco um ensino baseado na valorização do professor e do meio ambiente.

Mariza Motta

Basta um rancho coberto, uma barraca de lona ou a sombra de uma árvore para que as aulas aconteçam. A Escola Pantaneira segue as condições oferecidas pelas instalações de uma fazenda. Fora do contexto das salas de aula convencionais os professores ensinam em meio à natureza. “Meus filhos estudam na Escola Pantaneira, acredito que se a escola não é ideal para os meus filhos, ela também não serve aos outros. Os professores ganham em média de R$1.800,00 a R$2.000,00, por mês. No início o projeto era um posto avançado de uma escola municipal e minha esposa era coordenadora”, diz Almir Sater, em entrevista concedida em Borda da Mata, no sul de Minas Gerais.
Segundo Sater o projeto surgiu de uma parceria público-privada. O município mandava uma professora, uma merendeira e a fazenda contribuía de acordo com as suas condições. “Na idealização da Escola Pantaneira, a criança, após assistir as aulas, iria embora para casa. Em função das distâncias e da dificuldade de locomoção, a fazenda acolhe hospeda e alimenta mais de 300 alunos. A escola é, na verdade, uma cobrança dos moradores. Por isso, buscamos um modelo que pudesse atender as nossas necessidades e viver de acordo com a realidade do Pantanal”, destaca.
O violeiro, cantor e compositor, dono da fazenda Campo Novo, em Aquidauana (180km à noroeste de Campo Grande), é presidente do Instituto Parque do Pantanal (IPP), entidade que administra o Parque Regional do Pantanal, unidade privada de conservação do meio ambiente que agrega os municípios de Aquidauana, Miranda, Corumbá, Rio Verde e Rio Negro. Segundo o IPP a consolidação do Parque Regional do Pantanal nos próximos dois anos como unidade de desenvolvimento sustentável será uma das principais metas de Almir Sater e a viabilização do projeto, como modelo de gestão participativa governo-produtor, tem como base o tripé, meio ambiente, economia e social.
Nascido em Campo Grande, o artista destaca o Pantanal em suas canções em forma de poesia, além de lutar pela preservação ambiental. Sater diz que atualmente foi implantada a Escola do Parque, financiada pelo Parque Regional do Pantanal e, diferente da Escola Pantaneira, não é vinculada à prefeitura.
Segundo o IPP os principais projetos em execução são o vitelo pantaneiro, a criação de animais exóticos, manejo sustentável de espécies (como capivara, cateto, porco monteiro, ema e jacaré), educação (escolas pantaneiras) e valorização da cultura pantaneira. A diretoria executiva do instituto é composta pelo presidente, Almir Sater; vice-presidente, João Ildefonso Murano; diretoria administrativo-financeira, Darci Lopes Barbosa; diretoria de desenvolvimento, Carla Alves Corrêa Reis; e secretário-executivo, José Marques de Souza.